CATÓLICOS do OESTE | Os Jovens e a Igreja

Diferentes dados, evidenciam o comportamento dos jovens entre os 16 e os 29 anos, em 22 países europeus, traçando o retrato da dimensão e da prática religiosa nessa faixa etária que, no geral, mostra um claro afastamento da Igreja. Nos mesmos dados é possível verificar que em Portugal tal como na Polónia, Irlanda, Eslovénia, Áustria e Lituânia, a religião, assente quase por completo no catolicismo, ainda tem um peso significativo entre os mais jovens. Estes números e factos assim como ideias e propostas de jovens de diferentes países foram a base das reflexões e diálogos do Sínodo dos Bispos, realizado no Vaticano em Outubro, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. No final do mês de Março, foi publicada a exortação pós Sinodal Christus Vivit dirigida aos jovens.

Na exortação, que pode ser lida na íntegra em português no site do Vaticano, a partir de textos do Antigo e Novo Testamento, o Papa Francisco reforça e apela à necessidade da envolvência dos jovens na vida da Igreja, pedindo novas formas de participação e de acção a ser aprofundadas a nível eclesial e nas comunidades cristãs.

Neste texto dedicado aos jovens, não ficaram de fora muitos dos temas da actualidade da vida dos jovens: migrações, xenofobia, abusos de menores, marginalização e exclusão social, guerras e outras formas de violência, sem esquecer a violência no mundo digital. O Papa relembra “Não podemos ser uma Igreja que não chora à vista destes dramas dos seus filhos jovens”.

Às comunidades, o Papa Francisco pede uma “pastoral juvenil popular”, sugerindo diferentes áreas de intervenção, focando-se não apenas na chamada de novos jovens, mas também no amadurecimento e acompanhamento daqueles que já fizeram essa experiência. O discernimento da vocação do jovem cristão, a sua capacidade de amar e de servir são factores essenciais de “compromisso forte para seguir melhor o Senhor” e “um caminho de liberdade que faz aflorar a realidade única de cada pessoa”, permitindo a renovação e a atractividade das nossas comunidades e “experiências de fé duradouras”.

Num mundo com a tendência crescente para a acomodação, os jovens e sobretudo o jovem cristão têm de ser activos, de “correr mais rápido do que os lentos e medrosos” para que, impulsionados pelo Espírito Santo, corram “atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre”. O Papa frisa que “é difícil elaborar receituários”, apelando ao exemplo de Maria e à força da oração para melhor respondermos ao desafio de ser jovem na Igreja e testemunha de amor na comunidade.

Grupo de Jovens – Paróquia Caldas da Rainha
paroquiacaldasdarainha@gmail.com
Artigo de opinião publicado na Gazeta das Caldas na edição nº 5273
Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Fonte: https://gazetacaldas.com/opiniao/os-jovens-e-a-igreja/