CATÓLICOS do OESTE – O Escuteiro

Na Paróquia de Caldas da Rainha levamos muito a sério o escutismo como parte integrante da formação humana dos jovens e adultos.
Afinal, começamos por perguntar: O que é um Escuteiro? Será um jovem que ajuda a velhinha a passar a passadeira? Alguém que veste uma roupa estranha, com calções e meias altas e uma camisa cheia de enfeites? Um aventureiro da natureza que acampa e faz trilhos na natureza? Um jovem da Paróquia que ajuda nas procissões e outras celebrações? – Um escuteiro é isso tudo e muito mais!
Quando se iniciou o escutismo, em 1907, este era destinado a todos os jovens que procuravam viver o imaginário dos grandes exploradores, daqueles que desbravaram caminhos por África e pela América, pela Índia e Austrália, pelos Homens e Mulheres dos grandes feitos, das grandes aventuras e que com isso levavam vidas plenas de sentido em contacto com a Natureza e em comunhão com Deus. Rapazes (e mais tarde Raparigas) que queriam trabalhar em conjunto, sentirem-se úteis e prestáveis, contribuindo para a sua comunidade e para o seu País.
E hoje? A que tipo de jovem se destina o Escutismo? Que jovens procuram o Escutismo? Hoje, como há mais de 100 anos, o Escutismo continua a ser procurado pelos jovens que querem viver em comunidade, partilhar tarefas e responsabilidades. Jovens que querem sentir-se úteis e prestáveis, que procuram a aventura da descoberta do caminho a seguir, do desbravar da Natureza e da profunda comunhão com Deus. Jovens que sentem a responsabilidade da pertença e do trabalho em equipa que conduz às melhores vivências e experiências humanas. Jovens que aprendem a importância do “Nós” em substituição do “Eu” sentindo a alegria verdadeira do sucesso partilhado e íntegro, que só o alcançar de objectivos comuns pode trazer.
O Jovem que procura o Escutismo é, como antes, alguém cheio de vontade de experimentar e viver, de ser desafiado e corresponder, de compreender e ser compreendido, de ter aventuras com os seus amigos, de passar momentos significativos que o façam crescer de uma forma saudável e equilibrada.
Como há mais de 100 anos também hoje os Jovens Escuteiros enfrentam vários desafios à sua presença e integração numa sociedade que muitas vezes não apresenta soluções completas e adequadas às suas necessidades e vontades. Hoje os apelos do sedentarismo, da reclusão, do egoísmo causado por toda uma construção social em adaptação aos impactos económicos globais e à inclusão da tecnologia cada vez mais avançada, são cada vez maiores e mais difíceis de resistir. O Jovens são levados a viver vidas distanciadas do contacto com o próximo, o que os afasta do sentimento de pertença e os encaminha para uma vazio sentimental em relação ao Outro. No entanto se há uma coisa que o Movimento Escutista nos demonstra ano após ano é que o Jovem, na sua essência, não é hoje muito diferente do que era há 100 anos atrás.
Ser um Jovem Escuteiro é andar contra a corrente, é querer ser diferente, querer aprender a estar com os Outros e a agir sobre a sua realidade, contribuindo para um mundo melhor!

Fábio Santos
paroquiacaldasdarainha@gmail.com
Artigo de opinião publicado na Gazeta das Caldas na edição nº5180
Sexta-feira, 30 de Junho de 2017
Ligação: http://gazetacaldas.com/opiniao/catolicos-do-oeste-escuteiro/